terça-feira, 17 de janeiro de 2017

HERÓIS E MITOS


O conceito jurídico de Estado-Nação e as convicções, Pátria e Heroicidade, interligam-se. Um homem extraordinário que qualificamos como Herói, normalmente, merece tal distinção por actos praticados em combate. Esta tríade, - Estado-Nação, Pátria Heróis – que causou a destruição de pessoas e bens, nos sécs. XIX e XX, vai ser alvo da minha atenção.

Estado-Nação e Pátria são dois conceitos base para se formarem Países. Cada um tem o seu sistema de leis e o poder de fazer a Paz ou a Guerra. O Ensino – família incluída – incute, desde tenra idade, a dicotomia “Nós”-“Outros”. A diferença é criteriosamente burilada, acentuando as diferenças e escondendo as semelhanças. Assim se instala a acrimónia nas cabeças desde a juventude. Bem mais antigo que os conceitos anteriores é o arquétipo da Liberdade. Nem “Nós” nem os “Outros”, gostamos de ser escravos. Rebelamo-nos!

Em Abril de 1919, finda a 1ª Guerra, criou-se a Sociedade das Nações para que aí, em PAZ, se discutissem os litígios entre os Estados. Em 20 anos, fascismo e comunismo destruíram a Paz. O Mundo, nos anos 30 do sec. XX, viveu ameaçado por duas formas de totalitarismo. Foi então que, em nome da Liberdade, vários Estados-Nação se envolveram num conflito devastador. Derrotado o totalitarismo Alemão – o totalitarismo comunista saíra incólume – a 24 de Out. 1945 em S. Francisco, surge a ONU, e, com ela, nova promessa solene de que os conflitos armados passariam a resolver-se no quadro legal vigente na ONU. O Conselho de Segurança formado por: URSS, USA, Inglaterra, França e China, reflecte a vontade dos vencedores. Hoje, 27 anos após a queda do totalitarismo comunista, vivem-se, novamente, tempos difíceis. Acontece que muitos dos Chefes Políticos actuais, Mr. Trump é um deles, sem nunca terem ouvido um tiro, chegam a insultar quem foi feito prisioneiro em nome da Pátria. Assim se arrasa o conceito de Pátria e elimina a vontade de combater. Uma mão invisível parece orientar estes líderes que, numa penada, lançam sérias dúvidas na cabeça dos cidadãos. Pátria e Estado-Nação, tão incensados quando quem manda precisa apelar ao esforço colectivo, são ridicularizados de seguida quando os lideres apenas querem ganhar dinheiro. Estas contradições podem-nos conduzir a novas formas de escravatura.

No momento da posse do novo Secretário-Geral da ONU, surgiram críticas à Organização por ser demasiado cara para os resultados alcançados. Incrédulo, li comentários de jornalistas, diga-se, com alguma simpatia por Trump, apoiando esta monstruosidade. Cinco anos antes, havíamos visto as mesmas pessoas apoiarem chefes políticos, cujos gastos financeiros colocaram os cidadãos na dependência do FMI e de toda a parafernália financeira. Não se ralaram que, concidadãos seus, ficassem escravos de uma dívida para a qual não haviam contribuído. Num Mundo materialista em que vivemos não há vantagens na honestidade e nos princípios, jornais e jornalistas propagam as mensagens que lhes encomendam. A descrença instala-se na mente dos cidadãos pois sentem que o dinheiro está primeiro que as suas próprias vidas e bem-estar.

Os cidadãos de boa-fé – a maioria de nós – para quem a Paz representa muito, colocam esta interrogação: O objectivo dos Seres Humanos não é viver num Mundo isento de violência? É. Porém, não podemos ser ingénuos, temos de estar atentos face ao enorme risco de num ápice nos transformarem em escravos. A ONU, uma organização com pretensões a Governar o Mundo, pode ser um cavalo de Troia. Enferma dos mesmos defeitos dos Países e Regiões, cujos líderes, em nome do Povo, endividam ao FMI, Banco Mundial etc. A ONU, como os Estados, pode sucumbir, basta que Suas Altezas, os donos do dinheiro, só o libertem quando a totalidade dos caprichos dos poderosos sejam cumpridos. Os líderes dos Povos, – os cinco do Conselho de Segurança e os outros – vendem-nos. Vejam os líderes Angolanos em conúbio perfeito com os seus homólogos Portugueses prejudicando, em benefício próprio, os Zés Ninguém dos dois Países.


A democracia tem a sua base moral na verdade e na tolerância na liberdade e no respeito pela dignidade humana. Temos o dever de lutar contra esta forma de tirania. Paz sim, mas nunca com perda da Liberdade.   

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