sábado, 6 de maio de 2017

ESTADO A DIREITO


É a envolvente social dos adolescentes, na idade da ficção, que gera os sonhos. Sugiro-vos a leitura do texto abaixo para que, no final, cada um decida se estamos perante um sonho ou um pesadelo. A diferença é tão ténue! Porém, impregnada de valores morais.

Eu sou a Maria Boa Vida, tenho treze anos, vivo na Lombada dos Abençoados 3º Impasse à direita. Vivo com os meus pais e irmãos, a escassos metros da casa do meu avô. Ando na escola, e quero ser muito rica quando for grande.

Acho lindo o estado a direito em que vivemos. À Liberdade celebrada no fim de Abril seguem-se agora três semanas de festividades da flor. Comparar todo este bem-estar com os tempos tenebrosos que o meu avô descreve, em que não havia estrada nem luz, aqui em cima é a diferença entre o dia e a noite. Ele diz que vinha da escola a pé com os sapatos rotos, seguia pela vereda, entrava no trainel da levada e subia as “passadas” até chegar a casa. O pai, quando não venho no autocarro, traz-me no seu carro até à nossa garagem! Gosto de viver neste estado a direito.

O meu pai quando nasceu, quase que morria e, a minha avó passou muito mal por falta de médico. Graças ao estado a direito, assente na Liberdade e ao empenho de pessoas como os Srs. Drs. Alberto João e Miguel Sousa, entre outros, acabou a noite escura e, veio o sol da Autonomia. Retenho uma vaga ideia de ver o Sr. Dr. Miguel Sousa nos comícios, pondo a “Madeira em marcha”. Foi notável aquilo que se fez.

Vivo o ideal da Autonomia, daqui não me afasto. Não perco, às 5ªs. feiras, na RTP-M, o notável trabalho de divulgação daquilo que foi a luta para garantir o progresso da Madeira e Porto Santo. Foi lindo, ouvirmos o Dr. Miguel de Sousa explicar como perante a falta de dinheiro recorreu à Caixa Económica do Funchal para resolver o problema. Grande sabedoria teve aquele Senhor! Mas o Sr Dr. Alberto João não lhe ficou atrás, quando foi preciso dar vida à “Força de acreditar” do BANIF. Ai aquela conversa com os Srs. Horácio Roque e Joe Berardo no bar do Sheraton não me sai da cabeça! Era assim a união entre os grandes defensores da Autonomia, onde é de elementar justiça incluir o Sr. Dr. Paulo Fontes e a conversa a sós, na casa de banho, com o Sr. 1º Min. Tudo tão bem feito! Fossem doutros quaisquer estas afirmações, eu diria que mentiam, mas eles não. Eles não mentem!

Vou dedicar-me de alma e coração à Jota. Começarei pelos trabalhos mais humildes, sempre a pensar no melhor para o partido e para mim. Levantar-me-ei cedo, as vezes que forem necessárias, para acompanhar as pessoas nas concentrações determinadas pelo partido. O militante exemplar, para mim, é o Sr. Dr. Miguel Relvas. Aquele homem tem uma vida ao serviço dos outros. Desde os seus tempos de Jota que ele vem engrandecendo o partido, ao congregar à sua volta os militantes para garantirem apoio em votos aos chefes partidários. Num ápice chegou a Ministro, pois os dirigentes apoiados por ele não o esqueceram, quando foram eleitos para Funções de Estado. Esta lógica já eu percebi. “O meu avô é militante da primeira hora e o meu pai seguiu-lhe os passos”.

“Quero ser uma espécie de Isabel do Santos. O pai dela ajudou a Independência de Angola, o meu, a Autonomia da Madeira. Seduz-me ter um Banco! Estou ansiosa pelos próximos episódios da divulgação daquilo que foi a luta pela Autonomia, quero perceber muito bem as relações entre o Poder Político e o Poder Financeiro, já afloradas, mas ainda não totalmente explicadas. A minha ambição é grande, eu sei, mas vou lutar por ela. Confio totalmente na Autonomia e no estado a direito que a suporta.”

Restam-me duas dúvidas. Vou confessar-vos quais. Qual a diferença entre este estado a direito e o Estado de Direito de que, uns velhos, mais velhos que o meu avô, tanto falam? O que é o respeito pela Pessoa Humana? Porventura alguém é desrespeitado no estado a direito que a minha família ajudou a construir?  

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