JÁ
LÁ VÃO DOIS ANOS
Não
parece, mas é verdade. Hoje ocorre o segundo aniversário da morte do Acácio
Pestana.
Cumpridos
os “serviços mínimos” no funeral, a Direcção do CSM nunca mais recordou aquele
que foi um jornalista desportivo em part-time, respeitado pelos amantes da bola,
adeptos ou não, e do seu CSM. Admito que algo me possa ter escapado, e, se for
o caso, desde já as minhas desculpas.
Foi
bonito de se ver na RTP-M a comemoração dos 40 anos da subida do CSM à 1ª
Divisão. A imagem e as palavras, precisas e concisas, do Sr. Adelino Rodrigues
revelaram aquilo que fora o clube dos anos 40/50, onde a sua formação humanista,
adquirida no Seminário, marcou o seu trabalho como dirigente. O Acácio Pestana
– vimo-lo e ouvimo-lo na RTP-M na comemoração – tinha pelo Sr. Adelino
Rodrigues uma profunda admiração, a formação humanista era-lhes comum. Não
sabíamos na altura, mas hoje sabemos que, com esta subida, se encerrava a
prevalência dos valores humanistas nas práticas desportivas.
Nestes
40 anos tivemos um primeiro período, até 1997, em que o dinheiro se tornou inesgotável
para os clubes, com particular destaque para os três do Funchal. O GR,
relativamente ao qual não há memória de ter faltado dinheiro para actividades
lúdicas, suportou os custos da transformação dos clubes, de Instituições de
Utilidade Pública que proporcionavam a prática desportiva aos jovens, em
entidades promotoras de espectáculos desportivos.
Consciente
de que era necessário reduzir a despesa com o futebol, a máquina de propaganda
governamental não perdeu tempo e avançou com a ideia do Clube Único. Ideia
financeiramente correcta mas inaceitável para os adeptos. A intoxicação feita
pela máquina da propaganda governamental não surtiu o efeito desejado. Os
sócios e adeptos dos clubes não aceitavam a ideia. Os do CSM foram os mais
inconformados. O
dia 25 de Maio de 1997 foi um dia fatídico. Admitiu-se que uma cabala montada
no interior do CSM pretendia afastar o Dr. Alberto João da liderança do GR. Tudo
porque ocorreu uma vaia nos Barreiros. Era normal, na comunicação social da
época, quem compunha os quadros da bem remunerada máquina de propaganda ao
serviço do poder, esquecer as opções clubísticas em troca do prato de
lentilhas. O Acácio Pestana não transigiu, colocou as suas convicções à frente
das mordomias. A prepotência não se fez esperar.
Na
sequência do 25 de Maio iniciam-se os jantares dos sócios e adeptos do CSM
liderados pelo Acácio. Acompanhei-o em muitos dos jantares mensais onde
pontificava a frase: UNO, INDIVISÍVEL e INFUNDÍVEL. Recordo o jantar – seria da
reconciliação – em que esteve presente o Dr. Alberto João, bem como daquilo que
ouvi ao Acácio sobre os alertas que recebera vindos do PSD-M e da AFM para que
não houvesse incidentes. Vi e ouvi também as recusas que o Acácio recebeu de
gente que, desde a primeira hora, o acompanhara para se sentarem na mesa de
honra ao lado do sócio 1.609.
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