terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

TRUMP AO FIM DE UM MÊS


Tendo ganhado as eleições Mr Trump achou que governar era coisa simples. Tudo, em sua opinião, se resumia a duas coisas: dar ordens; manter os eleitores galvanizados pelo discurso, como se a campanha eleitoral se mantivesse durante todo o mandato. Se mal pensou, pior executou.

Veio da área privada, onde ele dava uma ordem e a hierarquia da empresa levava-a por diante, sem preocupações com conflitos de Poder. Na esfera Pública não é rigorosamente assim. Constituir o Governo, para Trump, foi o cabo dos trabalhos. O mundo assistiu à novela, em vários episódios, do nomeia-não-nomeia o responsável pela Segurança do Estado. Desistências, também as houve.

Trump, um demagogo, populista inveterado, governando para o “seu Povo” – o povo que facilmente engole a retórica imbecil que lhe servem - cedo mostrou àquilo que vinha. Ignorante, desconhece os mais de duzentos anos de história dos EUA, e querendo mandar, julgando isso possível, iniciou o seu quero, posso e mando. Leis, limitando Poderes, compatibilizando-os tendo em vista a prossecução do Bem Comum, - aqui cabe quem votou e quem não votou no avejão - só atrapalham, logo, mandem-se essas retrógradas leis às malvas.  

Porém, o novo chefe de Estado não contava com a suspensão judicial da medida com que pretendia barrar a entrada de estrangeiros. No cumprimento da lei, dentro dos limites impostos à autoridade do Pres. dos EUA, o Tribunal suspendeu a medida com que Trump pretendia punir sete Países de maioria muçulmana ainda antes de completar quatro semanas no cargo. Viu também o primeiro membro da alta cúpula da Casa Branca – Michael Flynn, conselheiro de Segurança Nacional – cair por causa do relacionamento com a Rússia.  

Contestado, dentro e fora dos EUA, o bom senso aconselharia que parasse para pensar. Mas há egos onde isso não colhe. Humanos desta índole só conhecem a linguagem do medo. As ameaças aos juízes avançaram de imediato “comiciando” para o “seu Bom Povo” de que estavam ali os seus Inimigos. Convém que o “bom Povo” acorde depressa pois, caso demore, pode ser tarde de mais, dado que a lei, a partir de certa altura, pode ser unicamente a que for gerada por debaixo daquele penteado laranja.

No crescendo do autoritarismo seguiram-se as ameaças aos jornais e jornalistas. As “inventonas” baseadas em factos falsos, potenciadas numa governação sem GPS – o homem não sabe para que lado fica o Norte – feita no Twitter não augura nada de bom. Aos prosélitos aconselha-se mais prudência nas manifestações de fé à criatura.     

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