TRUMP
AO FIM DE UM MÊS
Tendo
ganhado as eleições Mr Trump achou que governar era coisa simples. Tudo, em sua
opinião, se resumia a duas coisas: dar ordens; manter os eleitores galvanizados
pelo discurso, como se a campanha eleitoral se mantivesse durante todo o
mandato. Se mal pensou, pior executou.
Veio
da área privada, onde ele dava uma ordem e a hierarquia da empresa levava-a por
diante, sem preocupações com conflitos de Poder. Na esfera Pública não é
rigorosamente assim. Constituir o Governo, para Trump, foi o cabo dos
trabalhos. O mundo assistiu à novela, em vários episódios, do nomeia-não-nomeia
o responsável pela Segurança do Estado. Desistências, também as houve.
Trump,
um demagogo, populista inveterado, governando para o “seu Povo” – o povo que
facilmente engole a retórica imbecil que lhe servem - cedo mostrou àquilo que
vinha. Ignorante, desconhece os mais de duzentos anos de história dos EUA, e
querendo mandar, julgando isso possível, iniciou o seu quero, posso e mando.
Leis, limitando Poderes, compatibilizando-os tendo em vista a prossecução do
Bem Comum, - aqui cabe quem votou e quem não votou no avejão - só atrapalham, logo,
mandem-se essas retrógradas leis às malvas.
Porém, o novo
chefe de Estado não contava com a suspensão judicial da medida com que
pretendia barrar a entrada de estrangeiros. No cumprimento da lei, dentro dos limites
impostos à autoridade do Pres. dos EUA, o Tribunal suspendeu a medida com que
Trump pretendia punir sete Países de maioria muçulmana ainda antes de completar
quatro semanas no cargo. Viu também o primeiro membro da alta cúpula da Casa
Branca – Michael Flynn, conselheiro de Segurança Nacional – cair por causa do
relacionamento com a Rússia.
Contestado,
dentro e fora dos EUA, o bom senso aconselharia que parasse para pensar. Mas há
egos onde isso não colhe. Humanos desta índole só conhecem a linguagem do medo.
As ameaças aos juízes avançaram de imediato “comiciando” para o “seu Bom Povo”
de que estavam ali os seus Inimigos. Convém que o “bom Povo” acorde depressa
pois, caso demore, pode ser tarde de mais, dado que a lei, a partir de certa
altura, pode ser unicamente a que for gerada por debaixo daquele penteado
laranja.
No
crescendo do autoritarismo seguiram-se as ameaças aos jornais e jornalistas. As
“inventonas” baseadas em factos falsos, potenciadas numa governação sem GPS – o
homem não sabe para que lado fica o Norte – feita no Twitter não augura nada de
bom. Aos prosélitos aconselha-se mais prudência nas manifestações de fé à
criatura.
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