INFORMAÇÃO
E PROPAGANDA
Por
favor, leia o resumo de um texto publicado no Económico Madeira
Luis Filipe Malheiro / 27
Jan 2017
As
contas dos maiores clubes mostram que o Governo Regional consegue lucrar. […]
Os
próprios clubes que […] não têm uma grande relação institucional entre eles,
unem-se em torno do tema, por que há a consciência generalizada de que sem esse
apoio oficial do Governo Regional dificilmente o futebol madeirense teria
condições para continuar ao mais alto nível competitivo nacional. […]
Ao
apresentar recentemente os resultados do exercício da época desportiva
2015/2016, a SAD do Marítimo confirmou um resultado líquido positivo de 5,7
milhões de euros. Explica o clube que pagou ao erário público naquele
exercício, 4,6 milhões de euros em impostos variados, tendo a região celebrado
com o clube um contrato-programa com um apoio financeiro de 1,6 milhões de
euros para toda a época.
Nuno
Teixeira, dirigente maritimista, realçou o facto de a Madeira ter lucrado três
milhões de euros com o Marítimo. […]
Nos
indicadores facultados ao Económico Madeira, o Marítimo mostra que a Madeira
lucra com o apoio ao futebol profissional. Por exemplo, na época 2013/2014 o
clube recebeu 2 milhões de euros em subsídios oficiais mas pagou 2,4 milhões em
impostos. Na época seguinte, foram atribuídos 1,995 milhões de euros em
subsídios e o clube pagou 2,4 milhões de euros em impostos. Na época 2015/2016,
a SAD do Marítimo pagou quase 4,7 milhões de euros em impostos diversos, tendo
recebido apoio oficial de 1,6 milhões de euros.
Já o
Nacional refere que o futebol profissional do clube “dá 1 milhão de euros de
lucro ao Governo Regional”. […] estas “são contas que deveriam sofrer mais
atenção da opinião pública, mas não só”. […] “entre 1 de Janeiro de 2014 e 30
de Junho de 2016 o Nacional Futebol SAD pagou, em impostos 5.167.496,63 euros,
assim distribuídos: IRC – 106.026,63, IRS – 3.325.408,89 euros, IVA –
662.672,57 euros e Segurança Social – 1.073.388,64 euros”.
“Atendendo
a que durante esse período o contrato programa de desenvolvimento desportivo
assinado com o Governo Regional permitiu ao Nacional receber 4,1 milhões de
euros, facilmente se constata que o lucro (sim LUCRO) do Governo Regional com o
Nacional Futebol SAD foi de cerca de um milhão de euros”.
“De
todas as actividades subsidiadas, apoiadas e promovidas pelo Governo Regional,
haverá mais alguma a gerar tanto lucro?”, questiona o Nacional.
No
caso do União, as contas indicam que na época 2015/2016 – em que foi despromovido
ao segundo escalão – recebeu em apoios financeiros oficiais um total de 1,186
milhões de euros, tendo pago 1,786 milhões de euros […], propiciando deste modo
aos cofres da Região cerca de 600 mil euros de lucro. […] entre os impostos
pagos naquela época desportiva o IRS e o IVA, com valores quase semelhantes,
próximos dos 740 mil euros, foram os mais significativos, seguidos da Segurança
Social com mais de 320 mil euros.
Tratando-se
de um Jornal Económico tive a esperança de que, finalmente, leria o apregoado
estudo que, diziam, garantia que as despesas com o futebol eram rentáveis.
Foi
uma desilusão. A afirmação do Sr. Nuno Teixeira, dirigente do Marítimo é uma de
três coisas: ignorância do Sr., que afirma um disparate; a outra, ainda pior,
sabe a verdade e quer enganar-nos; ou o Sr. jornalista não percebeu aquilo que
ouvira. Quem falou em nome do Nacional e do União ridicularizou o Sr. Nuno
Teixeira, ao mencionarem os impostos que entregam ao fisco. Então as centenas
de empresas que nesta terra entregam (IVA, IRS e SEG SOCIAL) e pagam (IRC e
SEG. SOCIAL) como as SAD’s, também podem pedir dinheiro dos impostos, como elas?
A
explicação deste dogma está contida nos juízos de valor de natureza política,
retirados por mim, e constantes do texto. Reproduzo: “O apoio financeiro aos
clubes de futebol foi instituído há cerca de três décadas, pelo governo de
Alberto João Jardim […] que justificou a opção pelo facto dos clubes serem
instituições de utilidade pública, por promoverem a Madeira no exterior e
constituírem, em termos sociais, uma alternativa para a juventude madeirense,
fomentando a prática desportiva e impedindo deste modo que os jovens optem por
outros caminhos socialmente problemáticos”. “Durante anos […] tinha também a
ver com a dúvida sobre se essa opção renderia mais-valias eleitorais teoria que
ao longo dos anos se foi esbatendo, já que várias medidas tomadas, nomeadamente
de redução dos montantes atribuídos ao futebol profissional […]”.
Só
não vê quem não quer a ligação entre votos e política. A redução dos montantes
tem que ver com o descalabro financeiro que criaram, e ninguém assume. O
projecto político faliu. Tenham a coragem de reconhecer o facto e dêem-nos um futuro.
Disso não falam, mas enchem-nos de propaganda.
Sem comentários:
Enviar um comentário