OS BANCOS
Em 2002, nos
bastidores da vida Económico-financeira Ibérica, tudo, aparentemente, parecia
correr bem. Porém, vários mitos competiam entre si procurando ganhar posição na
luta desenfreada pela supremacia Económico-financeira.
A Espanha
das Autonomias, tem na Galiza uma Região com grande proximidade a Portugal. Um
Amigo dos Portugueses – Fraga Iribarne – estava à frente do Governo, quando à
Caixa Galicia, importante instituição bancária regional, foi pedida ajuda para financiamento
comum a empresas Portuguesas e Espanholas. Estavam em causa os sectores da
Energia, Transportes e Papel. Fracassada a ideia, o Pres. da Caixa, amigo de
Iribarne, não se coibiu de referir que as Caixas eram instrumentos estratégicos
do Poder Regional. Na Catalunha “La Caixa”, 3ª Instituição Financeira de
Espanha, liderada por Isidoro Fainé, membro da Opus Dei, detendo fortes
interesses económicos em Portugal, impôs as suas regras, do alto do seu poder
financeiro. Estando à venda o Banco Atlântico, apoiado no Sabadel de que também
era sócio o BCP de Jardim Gonçalves, impediu que a CGD concorresse à sua compra.
O “Patriota” Jardim Gonçalves, ainda com os traumas da nacionalização da Banca
na cabeça, fazia lobby contra o aparecimento da CGD em Espanha. Tudo isto termina
com os fantasmas da História a entrarem na discussão. “Nós” queixamo-nos do
vizinho poderoso, “Eles” acusando-nos de incapacidade.
Os mitos Estado-Nação
e Pátria, em 2002, já não existiam. Os acertos Económicos e Financeiros
impunham-se face às novas realidades. Do nada aparecem dois novos mitos: As
Autonomias e o Dinheiro. As Autonomias andam por aí a preocupar Ingleses e
Espanhóis e contagiando toda a Europa.
O grande
vencedor em tudo isto foi o mito do dinheiro. Em 14 anos, o mito dinheiro anda
num frenesim louco para sair vencedor absoluto. Ele, porém, revela fortes
sintomas de doença. Sendo, para os humanos, a confiança no dinheiro tão
importante quanto a água para o peixe, é-nos difícil perceber o descalabro a
que chegou a banca nacional bem como todo o sistema financeiro mundial.
Começando aqui por casa. Alguém
explica, face aos interesses regionais, como é que o BANIF acabou como acabou? Insuspeitos
autonomistas fogem da pergunta como o diabo da cruz, dizendo que a fiscalização
não era deles. Assim esvaziam o mito da autonomia que ressuscitará quando lhes
der jeito. Apelam de imediato ao mito do Capitalismo – Comunismo. A versão
regional resumir-se-á a mais uma das muitas crispações PPD – PS que esconde a
implantação do mito do dinheiro. Levando isto às últimas consequências chegamos
ao Brasil. Esquerda e Direita mobilizam a cabeça das pessoas para assim
esconderem o seu “Amor” ao mito do dinheiro.
Este poderoso mito, unindo os
poderosos, deve trazer-nos preocupados pois alimentando os mitos menores
(Autonomias, Nacionalismos, Ideologias etc) podem arrastar-nos para onde não
desejam os Seres Humanos.
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