TEREMOS ELITES?
Excertos do texto de Carlos Peixoto 10/01/2013. “ Um Portugal de cabelos brancos.
Os portugueses estão a desaparecer. O envelhecimento da população é uma evidência incontornável. Portugal é o País da União Europeia que mais sofre com esta tragédia social. […]
A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha. O último ano em que houve substituição de gerações foi em 1982. […] Assustador porque o envelhecimento dos portugueses e o incremento do seu índice de dependência provocam um aumento penoso dos encargos sociais com reformas, pensões e assistência médica. Assustador porque se torna quase impossível que esses encargos sejam suportados pelo cada vez menor número de contribuintes activos. Assustador porque já temos enormíssimas dificuldades em manter a sustentabilidade do sistema de segurança social, do Serviço Nacional de Saúde ou a educação tendencialmente gratuita, de defesa e de segurança interna.
[…] Em anos de fogosidade e crescimento, o défice da Segurança Social não parou de aumentar, tornando-se já insustentável, porque as contribuições não chegam para pagar as pensões. […] Mas como a guerra contra o envelhecimento é assunto pouco dado a protocolos e como os problemas estão todos ligados, o governo está também a pensar uma reforma do Estado que já há muito se impunha. […] Ao maior partido da oposição, como alternativa tendencial de poder, não basta manifestar uma qualquer birra por não ter sido chamado à discussão sobre a reforma das funções do Estado antes de outros. […] O PS dever ter iniciativa e dizer agora o que não disse nos últimos anos. Deve explicar, como explicará o governo, qual o Estado que quer e pode manter para as gerações seguintes. Os portugueses não podem esperar que a oposição finja que está tudo bem, que proclame que a peçonha vem da troica e que o que está em jogo não teve importância ou se resolve com mezinhas ou com tacticismo político-partidários. […]
O país não aprecia que quem teve e pode vir a ter responsabilidades governativas se deleite ou se regale com a deterioração geracional de Portugal.
Precisamos, todos, de mudar a nossa mentalidade, de renovar, de apostar no incremento da natalidade. Se assim não for, envelhecemos e apodrecemos com o país” Advogado e deputado do PSD
Lido isto, pensei: cantas bem mas não me encantas. Já lá vão dois anos e a Reforma do Estado ficou-se pelo brutal aumento de impostos.
Excertos do texto de António Figueiredo e Silva 28/04/2013 A PESTE GRISALHA
Eu sou um trazedor da peste grisalha cuja endemia o seu partido se tem empenhado em expurgar, através do Ministério da Saúde e outros valorosos meios […]
A dimensão do nome que o titula […] deve ser inversamente proporcional à inteligência que o faz blaterar […] Sr. Carlos Peixoto quando defecar que “ a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha” se esqueceu do papel higiénico para limpar o estoma e de dois dedos de testa para aferir a sua inteligência. […] Ainda estou para saber como é que um homolitus de tão refinado calibre conseguiu entrar no círculo governativo. Os intelectuais que o escolheram deviam andar atrapalhados no meio do deserto onde o sol torra, a sede aperta a miragem engana e até um dromedário parece gente […] Sabe sr. Carlos Peixoto, quando uma pessoa que se preza está em posição cimeira, deve pensar, medir e pesar muito bem a massa específica das “sentenças”, ou dos grunhidos, […]que vai bolsar cá para fora. É que, milhares de pessoas de apurados sentidos não apreciam o cheiro pestilento do vomitado, como o sr. também sente um asco sem sentido e doentio, à peste grisalha. […]
Pela parte que me toca, essa maleita não o deve molestar, porque já sou portador de uma tonsura bastante avantajada, […] para que o sr não venha a sofrer dessa moléstia, é meu desejo que não chegue a ser contaminado pelo vírus da peste grisalha e vá andando antes de atingir esse limite e ficar sujeito a ouvir bacoradas […] creio que o partido de que faz parte, o PSD, irá por certo sofrer graves consequências decorrentes da peste grisalha na época da colheita eleitoral.
Pode contar comigo para a poda. Atentamente.
Um mês depois, lida a Carta Aberta pensei: Cá estamos perante uma versão futebolística da política onde as máquinas da propaganda tentam condicionar os árbitros.
Teremos, elites? É uma dúvida legítima na cabeça de cada um de nós, perante as infrenes doses de propaganda com que as máquinas partidárias nos assolam. Não se resignem, naquela proverbial solução: eles é que mandam. Nós também lavramos “sentenças” e delas pode sempre resultar a escolha de um membro de Elite ou de um Demagogo. A escolha implica analisar, objectivamente, os factos esquecendo a propaganda. Os tempos estão propícios para a proliferação de Trumps se nos deixarmos enlear nas teias da propaganda.
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