segunda-feira, 7 de novembro de 2016

                                         QUATRO ANOS PASSARAM


As pessoas gostam de propaganda e abominam pensar sobre coisas sérias que são escritas. Sou um Cidadão Português, cumpri a minha parte naquilo que respeita a Servir o Bem Comum, estive três anos no Serviço Militar Obrigatório e, quatro como militante activo do PPD/PSD. Nunca me pronunciei, publicamente, sobre a RAM de 1980 a 96. A partir daí, atrevi-me a desafinar a orquestra da propaganda que em uníssono nos enchia os ouvidos com: “DEUS no Céu, EU aqui”. Não escapei aos insultos de gente, “corajosa”, mas sem nome, nos comentários on line naquilo que eu escrevia no DN. Num órgão de propaganda, propriedade de uma Sociedade por Quotas, aí com nome, os insultos choveram. Há muito que eu “adivinhava” a tragédia que desabou sobre a Madeira em 2012. Dizê-lo desafinava da orquestra da propaganda. 

O Alemão – KLAUSS FRIEDRICH – na coluna do cidadão, na edição de 13/02/2012 teceu rasgados elogios à gestão financeira, ao tempo, seguida na Madeira. Tentei, a 13/03/2012, recorrendo ao sarcasmo, alertar os meus concidadãos para aquela publicidade enganosa. Leia aqui: http://edicao.dnoticias.pt/hemeroteca?page=80. A 19/05/2012 a revista do Expresso, escrevia: Uma ilha à beira do naufrágio. Em 18/09/2012, com o sarcasmo inicial, dei por encerrado o episódio Klauss Friedrich. Leiam: http://edicao.dnoticias.pt/hemeroteca?page=71. Entre 2012 e 2015 houve muita turbulência no partido e na RAM. Este link http://www.fenixdoatlantico.blogspot.pt/2015/11/opiniao.html, contém “O Fascismo e o Cais Novo”, da autoria do ex-Presidente do Governo falando, da velocidade da moeda e do emprego que criou. Nele lastima que não se reconheçam os méritos para o aumento da capacidade de acostagem, resultante das obras no aterro. Tem algo de Calimero, é lamuriento o texto. 

As duas últimas participações públicas do Dr. Alberto João – Jornada intergeracional social-democrata, no Trapiche e, a sessão na CM do Porto Santo – carecem de contraditório. Esquecido o tom lamuriento de 2015, comparecendo num acto público ao lado do seu sucessor, o Dr. Alberto João transmitiu, aos filiados e à população em geral, uma sensação de Paz. Há, por não ter sido exaustivo, alguns sinais de alerta. Para ele que significa mais Autonomia? Avaliando pelo que, no passado, lhe vimos e ouvimos seria, neste momento em que aprovaram um hospital para Sintra, recusando o do Funchal, a hora exacta de recorrer aos tempos dos insultos na Central de Propaganda, sediada na tal sociedade por quotas? Quanto à dívida histórica estamos conversados. Só ele, o mestre da demagogia, e o seu homónimo Vieira acreditam naquilo. 

A sessão no Porto Santo foi um hino, à irresponsabilidade. Mesmo antes do Newton ter feito as contas dele, no séc XVIII, já o Homem sabia que os objectos “caem p‘ra baixo”. Não caberá nas funções dos eleitos a preocupação com a segurança das populações? Onde reside então a injustiça de chamarem a contas o Pres. da Câmara? O melhor veio depois, quando narrou o episódio de 1978 assim: “Está a ver estes 10 cm que reservou para a agricultura? Aqui ficam os hotéis. A agricultura? Fica para o interior da ilha”. A “borla marítima” ganhava estatuto e prometia muito dinheiro aos contemplados. Privatizou-se os resultados, tornaram-se públicos os prejuízos. Do pouco que produzia a ilha, os pobres agricultores, retiravam parte do seu sustento. Hoje têm trabalho nos hotéis no Verão e assistem à propaganda de aviões que vão garantir 100% no Inverno. Ir à praia, esqueçam, ela pertence aos privados contemplados com a ”BORLA MARÍTIMA”. 

Sou do tempo em que o partido era comparado a um exército, um por todos e todos por um. Comprovados os erros da propaganda e das decisões erradas, tomadas nos seus 37 anos de governo, que geraram, como eu previ, o Tsunami de 2012. Hoje, só um cego não vê gente a dormir pelas ruas e ninguém também ignora o desemprego e a emigração como fuga ao desastre. Foi bonito de ver o ex- Pres e o actual - herdeiro do descalabro - juntos no Trapiche. Os factos provam que as premissas e mitos em que se fundamentou o Dr. Alberto João deram errado. Contrariando a prática de anos está na hora de abandonar o papel de menino que tendo dado um pontapé na bola, partiu o vidro, mas garante que não foi ele. Tudo aquilo foi obra de um extraterrestre para o comprometer. 

Juntem os trapinhos, para o bem do partido e da Madeira, mas não contem comigo para estar calado, quando a propaganda demagógica aparecer seja onde for e que eu me aperceba. Não vale a pena insultarem-me, pois está provado que não deu nada no período de 1996 a 2012.

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