SERÁ CISMA?
O Poder
Transcendental inerente às Religiões coabita, desde sempre, com o Poder
Político. A separação foi (é) extremamente conflitual pelas perdas de
privilégios que daí advêm.
O Cristianismo
é uma Religião Universal, com hierarquia centralizada em Roma, tendo à frente
um Chefe Supremo, O PAPA. O Islamismo, pelo contrário, não dispõe de uma
estrutura semelhante. Nos Países Islâmicos de hoje, ao contrário da Europa,
Religião e Política ainda não se separaram.
O Cristianismo
é o primeiro caso de globalização. Vicissitudes várias, ocorridas na Europa, tiveram
reflexos por esse Mundo fora. A transição dos Estados Aristocratas Europeus
para os Estados dos nossos dias, fez-se com muito sofrimento. A História da
Igreja de Roma confunde-se com a história da Europa. O Bispo de Roma, impedindo
a fragmentação da Igreja, impôs a sua doutrina. Fê-lo no séc XVI, em Trento. Voltou
a conciliar irmãos desavindos no séc. XVII, na guerra dos Trinta anos. A
Igreja, sob o comando do Bispo Roma, acumula sécs. de saberes sobre a evolução
das estruturas políticas, quer no interior do próprio Estado do Vaticano, quer
internacionais. Foi Ela que, no rescaldo da guerra fria, alertou para a
realidade de HOMENS – não cristãos - em sofrimento no Kosovo. Na actual
desordem Mundial, o Chefe da Igreja Católica apresenta-se como o Chefe de Todos
os Seres Humanos.
Encontramos,
no dicionário, duas definições para a palavra cisma: separação de crenças;
meditar, andar apreensivo. Qualquer das duas interpretações pode atribuir-se aos
silêncios e palavras de S. Exª Rev. o Sr. Bispo do Funchal. Tudo parecia
indiciar que a violência que desabara sobre nós, incapacitando a acção, o impelira
para a meditação e recolhimento. Infelizmente, a outra interpretação merece
maior acolhimento. O PAPA FRANCISO quer uma Igreja que dispense burocratas, e
empenhe missionários. Quer combater uma Igreja fria, cheia de cristãos frios,
quer oferecer esperança aos que dela necessitam. Ao Sr. Bispo, no Monte,
ouvimos a negação do PAPA. Ouviu-se: “Não podemos deixar de lembrar os que
morreram…manifestar a mais profunda solidariedade a quantos sofreram…e também
os gestos de solidariedade e generosidade de tantos…jamais esqueceremos a
capacidade de reagir…olhar em frente e projectar o futuro”. Ofuscou-se a
mensagem do PAPA dia 15, no Monte!
A Fé, por muito
grande que seja, vacila. As pessoas sabem que os seus antepassados contribuíram
para a construção e aquisição dos seminários da Encarnação e Jasmineiro. A palavra
do PAPA FRANCISCO, leva-os a intuir que aqueles espaços, desde que há seres
humanos a dormir pelas ruas, poderiam ter contribuído para dignificar a PESSOA
HUMANA. A inépcia ganhou contornos de escândalo com os incêndios e seus
desalojados.
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