quinta-feira, 18 de agosto de 2016

SERÁ CISMA?


O Poder Transcendental inerente às Religiões coabita, desde sempre, com o Poder Político. A separação foi (é) extremamente conflitual pelas perdas de privilégios que daí advêm.

O Cristianismo é uma Religião Universal, com hierarquia centralizada em Roma, tendo à frente um Chefe Supremo, O PAPA. O Islamismo, pelo contrário, não dispõe de uma estrutura semelhante. Nos Países Islâmicos de hoje, ao contrário da Europa, Religião e Política ainda não se separaram.

O Cristianismo é o primeiro caso de globalização. Vicissitudes várias, ocorridas na Europa, tiveram reflexos por esse Mundo fora. A transição dos Estados Aristocratas Europeus para os Estados dos nossos dias, fez-se com muito sofrimento. A História da Igreja de Roma confunde-se com a história da Europa. O Bispo de Roma, impedindo a fragmentação da Igreja, impôs a sua doutrina. Fê-lo no séc XVI, em Trento. Voltou a conciliar irmãos desavindos no séc. XVII, na guerra dos Trinta anos. A Igreja, sob o comando do Bispo Roma, acumula sécs. de saberes sobre a evolução das estruturas políticas, quer no interior do próprio Estado do Vaticano, quer internacionais. Foi Ela que, no rescaldo da guerra fria, alertou para a realidade de HOMENS – não cristãos - em sofrimento no Kosovo. Na actual desordem Mundial, o Chefe da Igreja Católica apresenta-se como o Chefe de Todos os Seres Humanos.

Encontramos, no dicionário, duas definições para a palavra cisma: separação de crenças; meditar, andar apreensivo. Qualquer das duas interpretações pode atribuir-se aos silêncios e palavras de S. Exª Rev. o Sr. Bispo do Funchal. Tudo parecia indiciar que a violência que desabara sobre nós, incapacitando a acção, o impelira para a meditação e recolhimento. Infelizmente, a outra interpretação merece maior acolhimento. O PAPA FRANCISO quer uma Igreja que dispense burocratas, e empenhe missionários. Quer combater uma Igreja fria, cheia de cristãos frios, quer oferecer esperança aos que dela necessitam. Ao Sr. Bispo, no Monte, ouvimos a negação do PAPA. Ouviu-se: “Não podemos deixar de lembrar os que morreram…manifestar a mais profunda solidariedade a quantos sofreram…e também os gestos de solidariedade e generosidade de tantos…jamais esqueceremos a capacidade de reagir…olhar em frente e projectar o futuro”. Ofuscou-se a mensagem do PAPA dia 15, no Monte!

A Fé, por muito grande que seja, vacila. As pessoas sabem que os seus antepassados contribuíram para a construção e aquisição dos seminários da Encarnação e Jasmineiro. A palavra do PAPA FRANCISCO, leva-os a intuir que aqueles espaços, desde que há seres humanos a dormir pelas ruas, poderiam ter contribuído para dignificar a PESSOA HUMANA. A inépcia ganhou contornos de escândalo com os incêndios e seus desalojados.

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